A Pro Sport trouxe um artigo especial para você fazer exercícios físicos no verão com todo o cuidado necessário. Ele foi produzido por nossa colaboradora Daniela Meirelles do Nascimento, fisioterapeuta, especialista em Ciências do Esporte (UFRGS), mestre em Fisiologia (UFRGS), doutoranda em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares (UFRGS).
A chegada do verão estimula as pessoas a buscarem uma condição física melhor, muitas vezes, seguindo padrões de beleza que nada têm a ver com saúde. O conhecimento do potencial malefício que o exercício em altas temperaturas acarreta, pode prevenir condições críticas e por vezes fatais aos seus praticantes.
O exercício físico aumenta o metabolismo, elevando consideravelmente a produção de calor. Em repouso, os músculos podem produzir até 25% do calor total do corpo; ao se contraírem, a produção de calor aumenta significativamente, em virtude do aumento da taxa metabólica. O exercício muscular máximo pode aumentar a produção global de calor em cerca de 50 vezes o normal em poucos segundos, sendo que a temperatura corporal extremamente alta pode superar os mecanismos termorreguladores de perda de calor.
O aumento excessivo da temperatura do corpo pode conduzir à exaustão térmica. Seus sintomas mais comuns são: mal-estar, fraqueza, cefaleia, hiperirritabilidade, ansiedade, taquicardia, tontura, náusea, vômitos, diarreia e hipotensão. Os indivíduos com exaustão por calor respondem rapidamente à reposição oral de líquidos, resfriamento corporal e repouso em ambiente fresco.
O EHS (Exertional Heat Stroke) é uma doença térmica caracterizada pela perda da consciência e elevação da temperatura corporal para 40ºC. Os sintomas apresentados pelo indivíduo com quadro de EHS incluem: tontura, distúrbio abdominal algumas vezes com incidência de vômito e delírio. Esses sintomas são quase sempre exacerbados por certo grau de choque circulatório induzido pela perda excessiva de líquido e eletrólitos no suor. A imersão em água fria ou em banheira com gelo é uma medida que promove o resfriamento imediato de todo o corpo. Na ausência desse recurso, pode ser aplicada ainda a técnica de envolvimento com toalhas ou lençóis com gelo, que podem ser colocados também sobre áreas com maior perda de calor, como virilha, pescoço e axilas.
FONTES:
– Camargo MG & Furlan MMDP. Resposta fisiológica do corpo às temperaturas elevadas: exercício, extremos de temperatura e doenças térmicas. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 2, p. 278-288, maio/ago. 2011 – ISSN 1983-1870.
– Navarro CS, et al. Exertional Heat Stroke. Curr Sports Med Rep.2017 Sep/Oct;16(5):304-305. PMID: 28902747 DOI: 10.1249/JSR.0000000000000403.